Como calcular o custo de bovinos confinados?

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LAE - FMVZ

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Como calcular o custo de bovinos confinados?

O cálculo e acompanhamento dos custos de produção devem ser parte da rotina dos gestores em pecuária de corte. O acompanhamento dos custos se torna mais relevante em atividades produtivas intensivas, como é o caso de bovinos confinados. Desta forma, além de analisar os custos é necessário identificar os insumos produtivos que mais impactam nos custos totais de produção. 

 

A análise de elasticidade expressa uma relação entre duas variáveis funcionais inter-relacionadas, portanto, a elasticidade mensura a resposta proporcional de uma variável com respeito a mudança em outras. Essa análise, por exemplo, possibilita verificar quais insumos produtivos ou indicadores zootécnicos impactam no custo de produção. 

 

Neste artigo, fala-se um pouco sobre a influência dos principais itens de custo e do desempenho zootécnico no custo total de produção na atividade de bovinos de corte em confinamento no estado de São Paulo. 

 

Utilizou-se modelo matemático de cálculo de custo da produção de bovinos confinados, o qual considerou todos os itens de custo conforme a Teoria Econômica. A alocação dos custos foi feita segundo o volume produzido: i) custos variáveis (aquisição de animais, alimentação, manejo sanitário, manejo de identificação, outros custos variáveis e impostos variáveis); ii) custos semifixos (energia elétrica, telefonia e combustíveis); iii) custos fixos (mão de obra, depreciações e manutenções); e iv) renda dos fatores (remuneração da terra, do capital de giro e imobilizado) – mais detalhes metodológicos do modelo matemático de cálculo de custo pode ser obtido em: Modelo de Cálculo e Índice de Custo

 

A propriedade representativa foi delineada com capacidade de abate de 27 mil animais ao ano (CSP) a partir de levantamento feito a campo em SP com confinadores. Os preços dos itens que compõem a atividade foram levantados em abril de 2019 pelo Laboratório de Análises Socioeconômicas e Ciência Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo (LAE/FMVZ/USP).

 

Os resultados de custos demonstram que custo variável da atividade de bovinos confinados representou, em média, 93,7% dos custos totais, sendo que os insumos que mais oneraram foram: animais de reposição e alimentação, respectivamente.

 

A análise de elasticidade revelou que ao aumento de 1% no custo de aquisição dos animais e alimentação refletiu em 0,68% e 0,22%, nesta ordem, no custo total (Tabela 1). 

Foi feito também a simulação de variação da taxa de juros da Selic, já que parte do capital imobilizado é remunerado por essa taxa, e encontrou-se que ao aumento de 1% da Selic os custos aumentam na grandeza de 0,01% (Gráfico 1). 

Em relação aos dados zootécnicos o aumento de 1% no peso final ou no rendimento de carcaça refletiu em -0,98% e -0,98% no custo total, respectivamente. Ou seja, ao se melhorar o desempenho animal reduz diretamente os custos de produção. Isto é, mantendo todas as demais variáveis do sistema produtivo inalteradas.

Conclui-se que o preço de aquisição de animais para a atividade de confinamento está inter-relacionado com o custo total e, ainda, o aumento do peso de abate e rendimento de carcaça apresentaram relação direta com a redução dos custos totais.

Autor:  Gustavo Lineu Sartorello 

Edição: Gabriela Estevam

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