Os benefícios fiscais referentes aos produtos mais exportados para a Europa, como as carnes (bovina, suína e frango), ficaram restritos às cotas anuais². Um dos motivos para isso é a resistência apresentada pelos produtores europeus, que alegam alta competitividade.

Comparando as vendas de carne bovina do Brasil para a UE com as cotas propostas pelo acordo, tem-se que as exportações de proteína brasileira equivaleram a 114,9 mil toneladas em 2018 e que a cota do Mercosul proporcionará 99 mil toneladas com benefício fiscal, além de mais 10 mil toneladas equivalente a cota Hilton. 

De acordo com especialistas em agronegócios, é como se uma porta se abrisse para o mercado europeu, mas com obstáculos. Alguns produtores brasileiros de carne afirmaram que as barreiras protecionistas da Europa, no entanto, diminuíram.

Em relação ao Brasil, de acordo com a ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, mesmo possuindo uma tarifa média de 20% sobre os produtos, a União Europeia corresponde ao terceiro maior mercado em faturamento, 9%, e o quinto maior em volume, 6%, de carne bovina. 

Depois do acordo, o Mercosul, não só o Brasil, terá uma cota com tarifa de 7,5% sobre 99 mil toneladas de proteína, sendo 55% disso in natura e 45% de carne congelada. Em adição a isso, haverá a cota Hilton que é a taxa zero para a entrada de 10 mil toneladas de cortes especiais.

O Cepea – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, realizou uma avaliação que estima que as vendas para o exterior de carne in natura possam saltar 139% após o acordo. Em relação à proteína congelada, não existe margem para aumento de embarques.