Internet of Things (IoT) ou Internet das Coisas consiste em elementos, animados ou inanimados, conectados entre si e pela internet. A ideia de conectar dispositivos e máquinas é antiga, tendo sido desenvolvida nos anos 70 e até então, chamada de “internet embutida”. No entanto, foi em 1999 que o termo atual passou a ser utilizado, a partir de um trabalho para otimização da cadeia de suprimentos de uma grande indústria.
Kevin Ashton, o profissional responsável por tal projeto, pesquisava o uso da tecnologia de RFID (Identificação por rádio frequência, em tradução livre) para recuperar e armazenar dados de produtos usando de uma etiqueta inteligente. Outra aplicação desse recurso de identificação são os crachás de ponto em empresas e as chaves de quarto de hotéis. A partir de então, o setor industrial e de engenharia entendeu que a Internet das Coisas poderia ser a resposta para análise da infinidade de dados coletados diariamente, mas principalmente, que ela seria o impulso necessário para assegurar rastreabilidade, otimização e identificação de falhas e perdas em menor tempo.
Desde então, o monitoramento e gerenciamento de informações está presente em diferentes setores e enraizado no dia a dia da vida moderna. No contexto industrial, sensores viabilizam melhores performances de máquinas e informam sobre necessidade de manutenção; na logística, é possível acompanhar em tempo real produtos que cruzam o mundo; na saúde, alterações nos sinais vitais de um paciente já alertam para uma possível situação de emergência; no segmento de energia, é possível acompanhar a eficiência de uma planta produtiva em operação; na agricultura, sensores instalados em maquinário informam sobre a umidade do solo e necessidade de irrigação, e nas atividades humanas, a Internet das Coisas simplifica atividades profissionais e garante entretenimento.
O setor da pecuária, responsável por 31% do PIB (Produto Interno Bruto) do agronegócio, também tem suas atividades monitoradas em tempo real. Considerando dias competitivos como os de hoje, não basta escolher geneticamente os melhores animais, acompanhá-los para assegurar saúde, ganho de peso e melhor abate. É preciso que todas essas ações aconteçam de forma integrada, ao mesmo tempo, e conectadas.
Os avanços permitidos pela Internet das Coisas se encaixam no dia a dia do pecuarista quando durante a lida com os animais ou durante a gestão das atividades, permitindo o aumento de produtividade e otimização no uso de recursos. São exemplos dessas aplicações brincos de identificação, balanças inteligentes e sensores de acompanhamento nutricional.
Estas tecnologias e aplicações evoluíram muito desde o início do século e certamente outras surgirão em breve. Estima-se que hoje existam 15 bilhões de dispositivos conectados entre si e pela internet, e esse número deve ultrapassar 35 bilhões em 2020¹, nas cidades e, inclusive, nas fazendas.
Referências: Gartner Symposium ITxpo, 2017.
Autora: Gabriela Estevam | Edição: Juliana Chini | Colaboração: Alan Caio Marques